Introdução
Você já se perguntou quem definiu quais livros fariam parte da Bíblia? Muitas pessoas acreditam que a Bíblia sempre existiu da forma como a conhecemos hoje, mas a verdade é que a Igreja Católica teve um papel fundamental na sua formação e preservação. Neste artigo, vamos explorar a história da canonização das Escrituras e por que podemos afirmar que a Bíblia é, de fato, um livro católico.
Como a Bíblia Foi Formada?
A Bíblia não caiu do céu pronta e encadernada. Durante os primeiros séculos do cristianismo, circulavam diversos escritos entre os cristãos, incluindo evangelhos, cartas apostólicas e textos proféticos. Foi a Igreja Católica que, sob a orientação do Espírito Santo, discerniu quais livros eram realmente inspirados por Deus e deveriam compor as Escrituras Sagradas.
No século IV, os Concílios de Hipona (393 d.C.) e Cartago (397 d.C.) definiram o cânon bíblico, isto é, os livros que fariam parte da Bíblia. O Papa Dâmaso I ratificou essas decisões, garantindo que a Igreja seguisse um único conjunto de Escrituras (Fonte: Catecismo da Igreja Católica, §120).
A Septuaginta e os Livros Deuterocanônicos
Uma grande controvérsia entre católicos e protestantes envolve os chamados livros deuterocanônicos (ou apócrifos, como os protestantes os chamam). Esses livros sempre fizeram parte da Septuaginta, uma tradução do Antigo Testamento para o grego, amplamente usada pelos judeus na época de Jesus e pelos primeiros cristãos (Fonte: “The Canon of Scripture”, F.F. Bruce, 1988).
Os reformadores protestantes, no século XVI, decidiram remover esses livros da Bíblia, alegando que não estavam no cânon judaico mais tardio. No entanto, é importante lembrar que Jesus e os apóstolos citavam frequentemente a Septuaginta, o que reforça sua autenticidade.
A Exclusão dos Livros Pelos Reformadores
Martinho Lutero, um dos principais líderes da Reforma Protestante, retirou os livros deuterocanônicos e até tentou remover algumas cartas do Novo Testamento, como Tiago e Apocalipse. Seu critério era baseado em sua própria interpretação da doutrina, não na tradição da Igreja (Fonte: “Luther’s Works”, vol. 35, Word and Sacrament I, 1960).
Ao remover partes da Bíblia, os reformadores modificaram o conteúdo que os cristãos usavam há mais de mil anos. Isso gerou uma grande divergência entre as versões católica e protestante das Escrituras.
A Igreja Católica e a Preservação das Escrituras
Muitos não sabem, mas se não fosse a Igreja Católica, a Bíblia nem sequer existiria hoje. Durante séculos, monges copistas dedicaram suas vidas à transcrição e preservação dos manuscritos bíblicos. Além disso, a primeira Bíblia impressa da história foi a Bíblia de Gutenberg, um projeto católico.
A autoridade da Igreja também foi essencial para garantir a interpretação correta das Escrituras. Sem um magistério para guiar os fiéis, cada pessoa poderia interpretar a Bíblia de maneira individual, levando a inúmeras divisões doutrinárias – algo que vemos acontecer desde a Reforma Protestante (Fonte: “How the Catholic Church Built Western Civilization”, Thomas E. Woods Jr., 2005).
Por Que a Bíblia é Católica?
Podemos afirmar com certeza que a Bíblia é um livro católico porque:
- Foi a Igreja Católica que definiu o cânon das Escrituras.
- A Septuaginta, usada por Jesus e os apóstolos, continha os livros que os protestantes rejeitaram.
- Durante séculos, a Igreja preservou e difundiu a Bíblia para todo o mundo cristão.
- A interpretação autêntica da Bíblia é garantida pelo magistério da Igreja, evitando divisões e heresias.
Conclusão
A Bíblia não é um livro protestante, como muitos acreditam. Ela foi formada, preservada e interpretada pela Igreja Católica, que recebeu de Cristo a autoridade para guiar os cristãos na fé. Ao reconhecermos essa verdade, podemos fortalecer ainda mais nossa confiança na Igreja e na Sagrada Escritura.
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Referências
- Catecismo da Igreja Católica, §120
- “The Canon of Scripture”, F.F. Bruce, 1988
- “Luther’s Works”, vol. 35, Word and Sacrament I, 1960
- “How the Catholic Church Built Western Civilization”, Thomas E. Woods Jr., 2005
Qual a diferença entre a Bíblia católica e a protestante? | Site Padre Paulo Ricardo
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